DPO - República do Níger
- onuvitalimprensa
- 17 de out. de 2023
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Comitês: Paz e segurança, Direitos Humanos, Desenvolvimento econômico, Migrantes e Refugiados, Clima e meio ambiente.
Delegados: Beatriz Emi Rocha Aoki, Camila Yumi Shingaki de Antonio, Eduarda Pontes, João Vitor Martins, Júlia de Oliveira Silva, Julia Siqueira Steinecke, Vinicius Correa Pereira.
A República do Níger, país situado na região africana do Sahel, tendo como sistema de governo o semipresidencialismo e membro rotativo do Conselho de Segurança da ONU, vem, através deste documento, manifestar seu posicionamento em relação aos atuais conflitos no continente africano, sendo também um país afetado por eles.
O Níger, vítima do intenso processo de exploração colonial francês desde o final do século XIX, lida, atualmente, com uma crise humanitária, resultado decorrente não apenas de décadas de governos corruptos que negligenciaram os investimentos adequados a população, mas também de conflitos internos (relacionados a expansão do islamismo) e externos (em relação a subordinação a França), além da prolongada seca desde 2010. Esses acontecimentos intensificam problemas sociais como a insegurança alimentar, falta de moradia e acesso saúde pública básica. Tais problemas vêm se tornando pauta de reuniões da Comissão Africana de Direitos Humanos que visam a reafirmação da Carta Africana que garante o direito à vida, a segurança e a liberdade de circulação, buscando sanar a condição de pessoas em estado de vulnerabilidade tanto no Niger como em outros países da África.
Após anos de regimes e ditaduras, atualmente, o Níger se encontra no contexto de um golpe militar atípico, no qual a população se posiciona a favor da intervenção militar com dois argumentos: o antigo presidente era subordinado a interesses franceses por benefícios individuais, o que não beneficia o país já em crise há décadas; e o governo não era capaz de afastar as ameaças terroristas de grupos “jihadistas” (extremistas que querem impor o islã a toda a região).
Paralelamente a isso, a situação de refugiados, tanto de nigerinos fugindo de regiões de risco, como de habitantes da região do Sahel é outra pauta relevante. Atualmente, cerca de 700 mil pessoas vivem como refugiados e solicitam asilo no Níger, sendo a violência e ataques terroristas a principal motivação dessas migrações. Assim sendo, defendemos a relevância de um maior apoio e sensibilização de países contribuintes da ONU para atuar em meio à crise política e o aumento da violência em situações como a vivida pela população nigerina.
Além disso, a disputa indireta entre França e Rússia para obter mais controle sobre a região nigerina tem como interesse principal o monopólio da fonte natural de urânio, utilizada como combustível nuclear, compondo cerca de 70% da fonte energética francesa, por isso o Níger é um país de tanta importância para a Europa, assim como pelo interesse em conter a expansão islâmica no continente africano. Porém, essa intervenção europeia é prejudicial a aspectos sociais e econômicos do país, por desconsiderar toda riqueza étnica e cultural, a preservação ambiental e a construção da economia nigerina baseada na agricultura de subsistência e pecuária.
Dessa maneira, assim como defende a ONU "o fim de conflitos na África depende de luta contra pobreza e desigualdade". A delegação nigerina espera uma maior valorização e disposição na resolução do cenário desumano vivenciado por grande parte da população do continente africano.
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